Vouzela

Neste concelho, onde a natureza é rainha, não pode deixar de conhecer a Reserva Botânica de Cambarinho, onde o ex-libris é o loendro, espécie endémica da Península Ibérica; a Mata de Nossa Senhora do Castelo ou a Mata da Penoita, destinos de verão ideais para aqueles que pretendem passar um dia em contacto com a natureza no seu estado mais puro. No outono, o chão transforma-se num autêntico tapete multicolor, onde brotam cogumelos de diversas formas e cores.

Quase todos os cursos de água que existem neste território desaguam nos dois maiores rios que correm no concelho: o Vouga e o Alfusqueiro. Para além da importância ecológica, a água destes rios serve também para regar os campos de forma tradicional. Disso é testemunho a enorme rede de levadas que serviam para levar a água aos moinhos e azenhas que proliferavam nas margens dos cursos de água e que, ainda hoje, encaminham a água para os lameiros.


Vouzela era um ponto de cruzamento de várias estradas romanas, fazendo com que fosse obrigatório por aqui passarem as gentes que as trilhavam. Na Idade Média essas estradas foram utilizadas por almocreves para a realização dos seus negócios, a rua de S. Frei Gil, vulgarmente conhecida por Rua da Ponte, era denominada “a estrada do peixe”. Com a evolução dos tempos, Vouzela ficava na rota das cortes de Lamego sendo lugar de passagem e paragem obrigatória na viagem até Lisboa, mais uma vez prova de que a sua rede viária é fundamental desde cedo na história do concelho.

No decorrer dos séculos, este fluxo de gente e a existência de algumas famílias ilustres nativas desta terra, deixaram até hoje vestígios da grandeza de outros tempos, visíveis nos brasões das casas senhoriais de toda a zona histórica. Pontes romanas e monumentos exemplo de arte românica, barroca e rocócó são alguns exemplos do vasto património arquitetónico que podemos visitar e conhecer no concelho. Os símbolos, brasões e elementos heráldicos dominam os edifícios, num manifesto da importância histórica do município.


A ponte férrea de Vouzela, por exemplo, datada dos finais de 1913, é hoje um dos símbolos da vila. A sua funcionalidade deu lugar à beleza, que se deve não só ao seu enquadramento, como à sua dimensão e estrutura. Esta imponente construção, parte integrante da Linha do Vouga, está hoje convertida numa zona pedonal, onde pode aproveitar para passeios ou caminhadas.

As fontes começaram a ser construídas em Vouzela nos finais do séc. XIX, mas a sua importância não deve ser subestimada. Além de relevantes para as populações da época, estão também envoltas em lendas.

Mas a ocupação deste território remonta a tempos pré-históricos, como provam os monumentos megalíticos existentes no concelho.


Da gastronomia destaca-se a vitela de Lafões e a sopa seca, confecionada numa panela de barro e feita à base de pão e água do cozido. Mas Vouzela tem também produção de cerveja artesanal - a Mickas - e de mel. Para desfrutar num lanche ou pequeno almoço, pode saborear os emblemáticos pastéis de Vouzela, doçaria de feira variada, assim como o folar de Vouzela, recheado com um creme à base de açúcar e manteiga.